O que é Febre Oropouche
3 de setembro de 2024
O Oropouche é uma doença causada por um arbovírus, que é um vírus transmitido por artrópodes. O vírus, conhecido como Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de uma amostra de sangue de uma preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, foram registrados casos isolados e surtos no Brasil, especialmente nos estados da região Amazônica, além de relatos de ocorrências em outros países da América Central e do Sul.
Como é transmitida a Febre Oropouche?
A transmissão do Oropouche ocorre principalmente através do inseto chamado Culicoides paraensis (conhecido como maruim). Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus fica presente no inseto por alguns dias. Quando esse inseto pica uma pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
- Ciclo Silvestre:
No ciclo silvestre, preguiças e primatas não-humanos (e possivelmente aves selvagens e roedores) funcionam como hospedeiros. O vírus OROV já foi isolado em algumas espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus. No entanto, o principal vetor é o Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
- Ciclo Urbano:
Nesse ciclo, os humanos atuam como os principais hospedeiros do vírus. O inseto Culicoides paraensis é o principal vetor, mas o Culex quinquefasciatus, frequentemente encontrado em áreas urbanas, também pode ocasionalmente transmitir o vírus.
Quais os sintomas da Febre Oropouche?
As evidências publicadas indicam que o período de incubação — o intervalo entre a entrada do vírus no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas — varia de quatro a oito dias.
A partir desse ponto, os sintomas da doença são muito semelhantes aos de outras arboviroses, como a dengue.
- Febre alta de início repentino;
- Dor de cabeça;
- Dor atrás dos olhos;
- Dureza ou dor nas juntas;
- Calafrios;
- Náusea;
- Vômitos.
Dessa forma, é crucial que os profissionais da saúde possam distinguir essas doenças com base em critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, além de orientar as medidas de prevenção e controle.
Como é feito o diagnóstico da Febre Oropouche?
O diagnóstico do Oropouche é baseado em critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Todo caso confirmado de infecção pelo OROV deve ser reportado.
O Oropouche está incluído na lista de doenças de notificação compulsória, sendo classificado entre as de notificação imediata devido ao seu potencial epidêmico e alta capacidade de mutação, o que pode representar uma ameaça à saúde pública.
Qual é o tratamento para Febre Oropouche?
De acordo com o Ministério da Saúde ainda não existe tratamento específico para o Oropouche, recomendando apenas que os pacientes permaneçam em repouso e com acompanhamento médico.
Isso implica que o profissional de saúde pode prescrever medicamentos específicos para aliviar sintomas como febre, dores e náusea. Além disso, é essencial que os infectados utilizem repelentes para evitar novas picadas pelos mosquitos transmissores, prevenindo assim a propagação do vírus para outras pessoas.
Como podemos prevenir a Febre Oropouche?
Ainda não existem vacinas para evitar infecção pelo OROV. Mas temos algumas recomendações que podem auxiliar na prevenção.
- Evitar frequentar áreas onde a doença ocorre e/ou reduzir ao máximo a exposição às picadas dos vetores.
- Utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas descobertas da pele.
- Limpeza de terrenos e áreas de criação de animais.
- Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo.
- Uso de telas de malha fina em portas e janelas.
Em caso de sintomas suspeitos, procure ajuda médica imediatamente e informe sobre sua exposição potencial à doença.