Lipedema: causas, sintomas e tratamento

15 de outubro de 2024

Pernas com lipedema

 

O lipedema é uma condição vascular crônica caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura nas pernas e, em alguns casos, também nos braços, o que pode gerar dor nas áreas afetadas.

Geralmente, pessoas com lipedema apresentam um tronco mais fino, enquanto o acúmulo de gordura se concentra abaixo da cintura, sem afetar os pés. Isso distingue o lipedema do linfedema, que se manifesta pelo acúmulo de líquidos e aumento da circunferência da perna, comprometendo o membro inteiro (muitas vezes de forma unilateral), inclusive os pés.

 

Quais as causas do lipedema?

As causas do lipedema não são totalmente compreendidas, mas fatores genéticos e hormonais parecem ser os principais responsáveis. A doença afeta quase exclusivamente mulheres e geralmente se agrava em fases de mudanças hormonais, como puberdade, gravidez e menopausa, o que sugere a influência de hormônios como o estrogênio.

Além disso, há uma forte predisposição genética, com muitos casos relatados em famílias. Embora o lipedema não esteja diretamente ligado ao estilo de vida ou ao excesso de peso, o ganho de peso pode agravar os sintomas. Assim, fatores hormonais e genéticos são as principais causas.

 

Quais os sintomas e complicações do lipedema?

Os sintomas do lipedema podem envolver desconforto, sensação de cansaço, hematomas frequentes, inchaço e dor nas pernas, além de outras áreas afetadas. No entanto, o desconforto estético é muitas vezes a queixa predominante, já que impede as pacientes de utilizarem roupas que revelem suas pernas. Adicionalmente, os transtornos psicológicos associados ao lipedema são bastante discutidos, e embora pareçam resultar da doença, estudos indicam que essas alterações psicológicas costumam preceder o problema. O ganho de peso, por sua vez, pode agravar o quadro do lipedema.

Pacientes com essa doença também apresentam maior propensão a lesões articulares, e, em estágios mais avançados, podem enfrentar dificuldades para caminhar, o que pode levar à atrofia muscular. O lipedema se desenvolve em cinco estágios, começando pela região pélvica e progredindo para os quadris, nádegas, coxas e pernas, com possibilidade de comprometer o sistema linfático. Embora o mecanismo exato que causa essa lesão linfática não seja completamente compreendido, sabe-se que o mau funcionamento da musculatura das pernas, resultante da restrição física do lipedema, pode prejudicar também o funcionamento adequado do sistema venoso nos membros inferiores.


Pernas com lipedema

 

Como diagnosticar o lipedema?

O diagnóstico do lipedema é feito principalmente por meio de uma avaliação clínica detalhada, já que não existem exames laboratoriais específicos para a condição. O médico, geralmente um especialista em angiologia ou cirurgia vascular, começa investigando o histórico do paciente e os sintomas, como acúmulo desproporcional de gordura nas pernas, dor, sensibilidade e inchaço.

Durante o exame físico, o especialista observa o padrão de distribuição da gordura, especialmente abaixo da cintura, e a ausência de inchaço nos pés, o que ajuda a diferenciar o lipedema de outras doenças. Exames de imagem, como ultrassonografia, podem ser utilizados para descartar outras condições, mas não são essenciais para o diagnóstico.

Assim, o diagnóstico do lipedema é feito com base na análise clínica dos sinais e sintomas apresentados.

 

Como é o tratamento do lipedema?

O tratamento do lipedema tem como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, já que a doença não tem cura. As opções de tratamento variam de acordo com a gravidade da condição e as necessidades individuais do paciente.

No tratamento conservador, a drenagem linfática manual e o uso de meias de compressão são essenciais para reduzir o inchaço e melhorar a circulação nas pernas. A prática regular de exercícios físicos de baixo impacto, como natação e caminhadas, também ajuda a fortalecer a musculatura e prevenir o agravamento dos sintomas, sem sobrecarregar as articulações. Uma dieta equilibrada é recomendada para controlar o peso, já que o ganho de peso pode piorar o quadro.

Em casos mais avançados, a lipoaspiração pode ser indicada. Essa cirurgia remove o excesso de gordura de maneira direcionada, aliviando os sintomas e proporcionando melhora estética.

É importante que o tratamento seja personalizado, considerando o estágio da doença e o estado geral do paciente. O acompanhamento por especialistas, como angiologistas e cirurgiões vasculares, é fundamental para determinar a melhor abordagem terapêutica.




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