Ceará registra mais uma morte por gripe H1N1
26 de Abril de 2013
O Ceará registrou, na última quarta-feira (24), mais um óbito por influenza pandêmica (H1N1 ou gripe A), no Interior. Outra pessoa morreu, no mesmo dia, por gripe sazonal, a forma grave da doença. Na semana passada, foi contabilizado o primeiro óbito. Um homem, de 52 anos, de Baturité vítima de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) da gripe A, o que perfaz duas mortes neste ano. No ano passado, oito pessoas morreram de gripe no Estado.
Até o dia 13 de abril de 2013, foram confirmados 19 casos de H1N1 e nove de outros tipos de vírus respiratórios, como Adenovírus, Vírus, Sincicial Respiratório (VSR) e influenza A sazonal. Fora disso, 84 foram notificados com gripe A.
Uma mulher de Pindoretama também morreu, neste ano, mas da forma mais comum da doença. Os números são o boletim técnico da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).
O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Manoel Fonsêca, aponta que ações estão sendo tomadas para impedir que mais óbitos de H1N1 aconteçam. O primeiro deles, a prorrogação do prazo para vacinação dos grupos de risco. Agora, os idosos com mais de 60 anos, as crianças de seis meses a dois anos, os indígenas, as gestantes, as mulheres no período de até 45 dias após o parto, as pessoas privadas de liberdade, os profissionais de saúde, além das pessoas que têm doenças crônicas terão até o dia 10 de maio para se imunizarem.
Por enquanto, a cobertura vacinal do Ceará é de 38,22%, o que corresponde a 525.056 pessoas. Já em Fortaleza, o percentual é de 21%. Os municípios com porcentagem menor que 40% preocupam o Ministério da Saúde. No Ceará, Solonópole está com 14%, Paracuru, com 17% e Granja, com 18%. Das cidades maiores, Juazeiro do Norte tem a cobertura de 27%, Caucaia, de 25%, Maracanaú, 36%, e Sobral, de 36%. A meta é alcançar 80% de cobertura.
Fonsêca revela que a Sesa está encaminhando para os secretários dos municípios cearenses circulares solicitando ações para aumentar o número de imunizados. Ele alerta que a vacinação precisa ser ampla e homogênea nos municípios e bairros.
O infectologista Anastácio Queiroz comenta que o problema da gripe A ainda é a falta de diagnóstico. “Muitas unidades de saúde de Fortaleza e dos municípios do Interior não têm como colher material para realizar o teste, daí a dificuldade”.
Sobre riscos de uma epidemia, como aconteceu no município de Pedra Branca, em 2011, o médico revela que não há motivo para preocupações. Ele lembra que os casos que têm surgido são com pessoas dos grupos de risco, que já possuem uma doença de base, por exemplo. “Achamos que a H1N1 era muito mais grave do que é, mas, mesmo assim, ainda tem matado pacientes. A vacina é efetiva”.
O infectologista recomenda que quem estiver com sintomas e não sentir que está melhorando procure um serviço de saúde para fazer o diagnóstico a fim de evitar riscos. Sobre a baixa cobertura da Capital, a coordenadora da imunização, Regina Peixoto, explica que é difícil fazer com que os adultos se vacinem.
Na Capital, dois postos funcionam para imunização, além de um ponto de apoio na Av. Beira-Mar e três unidades que cobrem o período noturno. As vacinas são distribuídas nas creches e em instituições para idosos e crianças e hospitais. Os acamados podem telefonar para a Secretaria Municipal de Saúde e solicitar uma visita.
Vacina contra HPV será incorporada ao calendário
A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) será incorporada ao calendário nacional de imunização em 2014, para meninas da faixa etária de 10 a 14 anos, o que significa que será oferecida em toda a rede pública de saúde. Atualmente, o medicamento só é encontrado em clínicas particulares, e o valor é alto.
Para o coordenador de Promoção e Proteção da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Manoel Fonsêca, esta é uma grande decisão do Ministério da Saúde. Isso porque vai reduzir, significativamente, a incidência do câncer de colo do útero. “Como o HPV é um vírus que predispõe a um câncer, a proteção de adolescentes que iniciam a atividade sexual é uma estratégia de proteção coletiva”, lembra.
A médica ginecologista Zenilda Bruno destaca que o HPV é causador do câncer de colo de útero, um dos que mais mata no Ceará. O papilomavírus humano pode ficar no organismo e não provocar ferimentos, mas em 20% dos casos evolui para lesão cancerosa e, se não for tratado, para o câncer. “A vacina já existe há muito tempo, porém não era acessível”, finaliza.
Fonte: Diário do Nordeste