Casos semanais de dengue diminuem 53%

13 de agosto de 2012

O Estado já soma 44.823 confirmações neste ano. Na última semana, foram registrados 879 casos da doença
A ausência de chuvas e os trabalhos intensos da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) em parceria com os agentes de endemias da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vêm gerando uma redução significativa do número de casos de dengue.

O total de casos do ano, no Ceará, já soma 44.823, segundo o último boletim divulgado pela Sessa nesta sexta-feira, 10. O mesmo registrou 879 casos a mais em relação a semana anterior que apresentou 43. 944. Entretanto, é possível verificar uma queda de 53% se compararmos este dado ao registrado na semana de 21 a 27 de julho, na qual foram contabilizados 1.907 casos a mais do que na semana de 14 a 20 de julho, passando de 41.285 para 43.192.
É bom lembrar que muitos desse casos são de meses anteriores e não necessariamente da mesma semana. A Sesa aguarda o resultado dos municípios para só depois divulgá-los. Fortaleza, segundo a Secretaria, ainda é a cidade que lidera as estatísticas, com a maior quantidade de casos, 34.757, ou seja, 201 a mais que na semana anterior na qual foram confirmados 34.556. Porém, se compararmos o mês de junho, no final da epidemia, que ocorreram 3.163 casos, com o mês de julho que registrou 300 é possível verificar uma redução de 90% dos casos.
Cuidado redobrado
Mesmo com essa queda dos casos e a ausência de chuvas, as secretarias de saúde alertam que cerca de 90% dos focos do Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, são encontrados dentro de casa. Com o perigo tão perto, a orientação da Sesa é de que, pelo menos uma vez por semana, as famílias façam a limpeza rigorosa em todos os depósitos que acumulam água, pois os ovos do mosquito ficam por mais de um ano nas bordas das caixas d`água, baldes e garrafas.
O empresário Olavo Brasil, morador do bairro Água fria, foi vítima duas vezes do mosquito e o foco estava dentro de casa. Segundo ele, depois de ser contaminado, decidiu chamar os agentes de endemias para investigarem a possibilidade do foco estar no jardim da residência, mas para o seu espanto, além do focos encontrados na grama, um grande número de ovos e larvas foram detectados dentro de uma bandeja localizada na geladeira.
“Depois que fiquei doente foi que comecei a me preocupar em evitar os focos. Jamais iria imaginei que poderia ter larvas dentro da minha geladeira. Agora o nosso cuidados é redobrado”, diz.
De acordo com o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manuel Fonseca, a tendência desses meses sem chuvas é de identificar casos esporádicos. Mas, é fundamental continuar cuidando do lixo, das caixas da água ou de qualquer situação que gere água acumulada. “Muitos desses casos que a Prefeitura está notificando não são casos recentes. Mas, é preciso entender que o mosquito já faz parte da ecologia do Ceará, e mesmo sem as chuvas os casos podem acontecer”, ressalta.
Da mesma opinião partilha o coordenador da Célula da Vigilância Epidemiológica da SMS, Antônio Lima. Segundo ele, sem as chuvas a maioria dos casos na Capital aconteceram em maio. Com o trabalho dos agentes de endemias e dos carros fumacê da Sesa, é possível verificar uma redução significativa e rápida de casos. Entretanto, sempre haverá risco de novos casos surgirem. “Precisamos contar com o apoio da população, sem, isso não poderemos controlar a dengue”.
Estado deve comprar novos carros fumacê
A Secretaria da Saúde do Estado está ampliando a frota de carros fumacê para o controle químico do Aedes aegypti. O governo do Estado autorizou recursos de R$1,93 milhão do orçamento do Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários (MAPP) para a aquisição de dez camionetas que aumentarão para 29 veículos a frota de carros fumacê da Sesa.
A expectativa segundo o órgão é que dentro de 40 dias esses veículos já estejam circulando. Da frota atual, 11 veículos estão nas Coordenadorias Regionais de Saúde de Sobral, Tianguá, Tauá, Camocim, Iguatu, Brejo Santo, Crato e Juazeiro do Norte e oito em Fortaleza.
Além dos novos veículos, segundo Manuel Fonseca, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), serão comprados 100 aparelhos intercostais para a borrifação de veneno, as quais somadas aos 100 que já pertencem ao Estado atuarão com mais eficácia dentro de terrenos baldios e residências. “Esses aparelhos facilitam a mobilidade do agente de endemias e a borrifação onde o carro fumacê não consegue chegar”, diz.
Ainda de acordo com Manuel Fonseca, no próximo dia 30 de agosto, o Ministério da Saúde deverá vir a Fortaleza para fazer uma avaliação do plano de contingência contra o mosquito da dengue no Estado e elaborar estratégias para o próximo ano. Manuel Fonseca explica ainda que o controle químico do mosquito é feito com inseticidas fornecidos exclusivamente pelo Ministério da Saúde e deve ser utilizado somente em situações de emergência e também de uma forma racional e segura.
“O inseticida atinge o mosquito adulto, única forma de ter eficácia. A ação do produto só é efetiva quando o inseticida está em suspensão no ar e só mata o mosquito adulto. Com a ventilação a uma velocidade de 6 Km/h, a ação dura de 40 minutos a 1h30”, diz.

Fonte: Diário do Nordeste


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