Hepatites Virais: o que são e como prevenir

2 de julho de 2024

Olho amarelado

 

Hepatite é a denominação para qualquer inflamação que afeta o fígado, um órgão vital do sistema digestivo, fundamental na desintoxicação do corpo.

Essa condição é frequentemente causada por infecções virais, mas também pode resultar do uso excessivo de substâncias tóxicas (como álcool, medicamentos e drogas), além de doenças genéticas ou autoimunes.

Um dos maiores desafios das hepatites virais é que seus sintomas geralmente são discretos, muitas vezes não sendo percebidos até que surjam complicações.

Isso destaca a importância de realizar check-ups regulares para garantir a saúde e de consultar médicos especializados caso haja contato com pessoas portadoras desse distúrbio.

 

Quais são os tipos de hepatites virais?

A hepatite viral pode ser dividida em cinco tipos: A, B, C, D e E, sendo os três primeiros os mais prevalentes no Brasil. Veja alguns detalhes sobre como cada tipo é transmitido, seus sintomas, tratamentos e formas de prevenção.

 

Hepatite A 

 

Transmissão:

Conhecida como “hepatite infecciosa”, essa doença é causada pelo Vírus da Hepatite A (VHA). Sua transmissão ocorre através do contato com pessoas infectadas ou pelo consumo de água e alimentos contaminados pelo vírus. Essa forma de transmissão é chamada fecal-oral, uma vez que a contaminação da água e dos alimentos geralmente resulta da falta de tratamento adequado do esgoto.

Sintomas:

Os sintomas nem sempre aparecem em todos os pacientes, mas quando surgem, começam a se manifestar cerca de 15 dias após a infecção. Nesses casos, os pacientes podem apresentar cansaço, febre, náuseas, tontura, dor abdominal, alterações na cor da urina e das fezes, além de pele amarelada.

Tratamento:

Não há um tratamento único para todos os pacientes. Em geral, o médico avalia o quadro clínico e recomenda a conduta mais adequada. Normalmente, são prescritos medicamentos para controlar os sintomas e prevenir a desidratação. Em casos graves, como na ocorrência de insuficiência hepática aguda, pode ser necessária a internação.

Prevenção:

A prevenção mais eficaz para essa doença é o saneamento básico. Além disso, manter bons hábitos de higiene e garantir o tratamento adequado da água são essenciais. Evitar áreas com esgoto a céu aberto também é recomendável.

Há uma vacina contra o Vírus da Hepatite A disponível através do Sistema Único de Saúde (SUS), porém, é oferecida apenas em situações especiais, como para receptores de transplante de medula óssea ou pessoas com doenças crônicas no fígado.


Amostra de sangue com teste de Hepatite B

 

Hepatite B

 

Transmissão:

A hepatite B, causada pelo vírus HBV, é transmitida através de fluidos corporais, como sangue e secreções.

Portanto, pessoas que compartilham objetos pessoais contaminados, têm relações sexuais desprotegidas com infectados, ou entram em contato com objetos perfurantes que contenham o vírus, entre outras situações, estão em risco de contrair a doença.

Além disso, a hepatite B pode ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez, se a mãe estiver infectada.

Sintomas:

Os sintomas geralmente aparecem após 6 meses de infecção, principalmente em pessoas com mais de 5 anos, embora crianças mais novas possam apresentar sinais da doença, o que é menos comum.

Entre os sintomas da infecção estão icterícia (amarelamento da pele e da parte branca dos olhos), febre, náuseas, urina escura, fezes claras, dores no corpo, entre outros.

Tratamento:

A hepatite B pode manifestar-se de forma aguda, com curta duração, ou tornar-se crônica, persistindo por mais de seis meses. O tratamento é indicado pelo médico, que prescreve medicamentos apropriados para evitar complicações, como a cirrose. Além disso, é recomendado suspender o consumo de álcool e outras substâncias.

Prevenção:

Os métodos mais eficazes de prevenção incluem o uso de preservativos durante as relações sexuais, evitar o compartilhamento de itens pessoais e garantir que objetos perfurantes estejam esterilizados em locais como estúdios de tatuagem e acupuntura.

Além disso, a vacina contra a hepatite B está disponível no SUS. Ela é recomendada para pessoas que estão em maior risco de contrair o vírus (como imunodeficientes, portadores de DSTs, usuários de drogas, profissionais de saúde e gestantes). Também é aconselhável que a vacina seja administrada em pessoas com menos de 50 anos.

 

Hepatite C

 

Transmissão:

A transmissão dessa forma de hepatite viral ocorre de maneira semelhante à do vírus HBV, uma vez que o agente causador está presente no sangue de pessoas infectadas. Portanto, é crucial evitar o contato sem proteção com os fluidos corporais de indivíduos contaminados.

Sintomas:

Os sintomas da hepatite C são comparáveis aos da hepatite B e podem surgir de maneira aguda ou crônica, sendo esta última mais comum. Se não tratados adequadamente, os sintomas podem progredir para cirrose hepática ou câncer de fígado.

Tratamento:

Na maioria das situações, os médicos prescrevem o uso de medicamentos antivirais para o tratamento. No entanto, é essencial que cada paciente seja avaliado individualmente para que o profissional possa recomendar a terapia mais apropriada.

Prevenção:

Não há uma vacina disponível para a hepatite C, ao contrário dos casos anteriores. A prevenção é possível ao evitar o contato desprotegido com pessoas e objetos que possam estar contaminados. 



Médico com modelo de fígado

 

Hepatite D

 

Transmissão:

A hepatite D tem semelhanças com o tipo B. Essa infecção resulta da associação do Vírus da Hepatite D (VHD) com o Vírus da Hepatite B (VHB), podendo ocorrer contaminação simultânea ou não. Portanto, os métodos de transmissão são os mesmos.

Sintomas:

Os sintomas da hepatite D também podem passar despercebidos, mas quando surgem, são febre, fadiga, náuseas, dores pelo corpo, mudanças na cor das fezes e da urina, icterícia, entre outros.

Tratamento:

O tratamento inclui o uso de medicamentos, que serão recomendados pelo médico responsável. Além disso, é aconselhável repouso, abstinência de álcool e uma dieta equilibrada.

Prevenção:

Para prevenir a hepatite D, é essencial evitar o contato com objetos contaminados e pessoas suspeitas de infecção. Além disso, adotar medidas de proteção como receber a vacina contra o vírus VHB, usar preservativos durante as relações sexuais, evitar compartilhar itens pessoais, e realizar o pré-natal para mulheres grávidas são medidas fundamentais. 

 

Hepatite E 

 

Transmissão:

A hepatite E é pouco frequente no Brasil, sendo mais prevalente em países da África e da Ásia. Sua transmissão ocorre de forma semelhante à hepatite A, ou seja, por via fecal-oral.

Sintomas:

Os sintomas da hepatite E, quando aparecem, geralmente se manifestam entre 15 a 60 dias após a infecção. Os principais sinais incluem febre, dores pelo corpo, fadiga, náuseas, icterícia, e alterações na cor da urina (escurecimento) e das fezes (clareamento).

Tratamento:

Não há um tratamento específico para essa forma de hepatite viral. Portanto, é aconselhável evitar o consumo de bebidas alcoólicas, seguir uma dieta com baixo teor de gordura e descansar adequadamente.

Prevenção:

Para prevenir a hepatite E, é essencial garantir um saneamento básico adequado, tratamento eficiente de esgoto e água. Além disso, adotar hábitos de higiene, como lavar as mãos após ir ao banheiro, ao preparar refeições e ao chegar em casa, é fundamental.

Como observado, as hepatites virais, mesmo com sintomas sutis, podem resultar em sérias complicações de saúde. Portanto, é importante realizar exames de rotina regularmente para detectar a doença em estágios iniciais e iniciar o tratamento apropriado.


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