Vacina contra dengue é testada em Fortaleza

17 de dezembro de 2012

Vacina contra dengue é testada em FortalezaOs experimentos estão sendo aplicados em 600 pessoas na Capital. Na UFC, 15 colaboradores estão envolvidos

Encontra-se na etapa final – a de testes de segurança e eficácia – a pesquisa denominada de “Vacina Quimérica”, desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. O estudo envolve pesquisadores de cinco universidades do País, inclusive a Universidade Federal do Ceará (UFC). Na instituição, o professor Luis Carlos Rey é um dos coordenadores dos testes, que são aplicados em cerca de 600 pessoas da Capital.

Os testes são desenvolvidos com a concordância do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Na UFC, cerca de 15 estudantes de graduação e pós-graduação, professores e técnicos estão envolvidos.

A vacina tem como base a vacina contra a febre amarela (YF17D), produzida pelo Brasil desde os anos de 1930, explica o professor da UFC. Os antígenos (substâncias que estimulam a produção de anticorpos no ser humano) da febre amarela foram substituídos pelos dos quatro diferentes sorotipos da dengue, o que abre boas expectativas para o desenvolvimento de imunidade em humanos contra o vírus do Aedes aegypti.

Para alcançar a eficácia e a segurança comprovadas, a vacina é aplicada em três doses. A primeira foi feita no fim de 2011. Atualmente, a equipe da UFC já finaliza a última etapa.

Pesquisa

“Quando a gente falava em vacina contra a dengue, parecia algo remoto, para daqui a dez anos. Mas, com essa pesquisa, se tudo correr como o previsto, já pode-se considerar a possibilidade do registro mundial da vacina para 2015”, disse o professor.

A equipe da UFC também é encarregada de fazer o acompanhamento semanal dos fortalezenses que recebem as doses da vacina. Segundo o pesquisador da instituição, não foi constatado nenhum efeito colateral. Além de Fortaleza, os testes estão se desenvolvendo nas cidades de Natal, Vitória, Campo Grande e Goiânia.

O diretor do Hospital São José, o médico infectologista Anastácio Queiroz, admitiu ter uma expectativa positiva em relação aos testes. Ele diz ser cedo para adiantar prognóstico, mas observa um avanço significativo dos estudos. “Esperamos que os testes sejam eficientes, pois não temos sido capazes de controlar a dengue no Brasil”, disse. Ele crê que está próxima a solução de vacinas para doenças virais, exceto Aids, que tem mutações.

Fonte: Diário do Nordeste


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