CE inicia coleta de sangue de cordão umbilical

15 de Maio de 2012

Banco entra em atividade com a meta de atender a 90% da procura por transplante de medula óssea

Após um processo de validação que vinha desde 2010, o Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário do Ceará (BSCUP)entrou em atividade. A meta é que sejam coletados até 30 cordões por mês. A capacidade de armazenamento é de 3,6 mil amostras, podendo ser guardadas por 20 anos ou mais.

“Começamos a funcionar há dez dias e já coletamos três amostras. Lembro que esse é um ato de doação das gestantes e, com isso, pretendemos atender a 90% da demanda por transplantes de medula óssea”, explicou o coordenador do centro, Fernando Barroso.

No Ceará, a princípio, as mães que tiverem seus filhos na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) e no Hospital Geral César Cals poderão doar as células tronco dos cordões umbilicais de seus filhos para o Banco de Cordão, desde que tenham sido acompanhadas durante todo o processo gestacional. Fora a parceria com a Meac e o HGCC, deve fazer parte da rede o Hospital Distrital Nossa Senhora da Conceição.

As mães precisam ter mais de 18 anos, não correr riscos, não ter doenças genéticas ou transmissíveis e a gravidez deve ser acompanhada pelos médicos de uma das unidades. As bolsas de células-tronco armazenadas poderão salvar a vida de pacientes no Brasil e no mundo, já que a Rede BrasilCord faz parte da NetCord, que é a rede mundial de doadores de medula óssea e de células do cordão umbilical.

Cerca de seis mil pessoas entram, por ano, na fila de espera por transplante de medula no Brasil. Dessas, 1.200 passam pelo procedimento. Barroso informou que, agora, o Ceará necessita ainda mais de infraestrutura física para o transplante de medula alogênico, ou seja, aquele que se faz de uma pessoa para outra. Até o momento, o Estado não faz esse tipo de cirurgia. “Portanto, não temos como mensurar quantas pessoas aguardam por este tipo de cirurgia”, disse.

No Ceará, apenas o transplante autólogo é realizado, que é quando o paciente doa para ele mesmo. Para este procedimento, existe uma fila de nove pessoas. “Equipe médica e multidisciplinar capacitada nós já temos para realização do transplante alogênico de medula óssea. Só falta local para realizar o procedimento. Com o BSCUP e estrutura hospitalar, 70% destes casos, no Ceará, devem ter resolutividade”, diz Barroso. Hoje, os pacientes que necessitam deste transplante são encaminhados para o Sudeste.

Funcionamento

O BSCUP foi inaugurado no dia 8 de junho do ano de 2010. O banco funciona na sede do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). Atualmente, de acordo com informações do Hemoce, o sistema já conta com quatro bancos instalados no Rio de Janeiro, em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.

Técnica

3,6 mil amostras de sangue de cordões umbilicais é a capacidade máxima de armazenamento do banco. As bolsas podem ser guardadas por 20 anos ou mais

Doação

Para se cadastrar como doador de medula, a pessoa deve ter entre 18 e 55 anos de idade, estar bem de saúde, não ter tido câncer e nem comportamento de risco para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), além de apresentar documento de identidade e comprovante de endereço.

No Estado, segundo a assessoria de imprensa do Hemoce, há mais de 106 mil doadores de medula óssea cadastrados. A chance de um transplante medular de doador desconhecido dar certo é uma em 100 mil, por isso a necessidade de mais doadores.

Diante dessa realidade, entre as vantagens do sangue do cordão umbilical, está o fato de o doador não precisar ser 100% compatível com o receptor. Além disso, a rejeição também é menor devido à imaturidade das células.

A coleta só poderá ser feita após o parto, no momento em que a placenta ainda está dentro do útero.

Fonte: Diário do Nordeste


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