Plano de Ações de Enfrentamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis prevê ações para um envelhecimento ativo
13 de setembro de 2011
O ato de envelhecer deve ser encarado como uma experiência positiva, com oportunidades
contínuas de saúde, participação e segurança
O Plano de Ações de Enfrentamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis, apresentado
pelo Ministério da Saúde no dia 18 de agosto, propõe ações que visam fortalecer o
envelhecimento ativo de forma saudável. Segundo a coordenadora de Doenças e Agravos
não Transmissíveis, Deborah Malta, para garantir que o envelhecimento seja uma experiência
positiva, é necessário o acompanhameto de oportunidades contínuas de saúde, participação e
segurança.
Envelhecer não significa, necessariamente, deixar de fazer atividades, e sim se adequar as
suas limitações, garantindo assim uma vida ativa, saudável e com qualidade. A longevidade é
considerada uma conquista, mas é preciso preparar a população para um envelhecimento ativo
bem sucedido. No mundo inteiro, o fato mais marcante para as sociedades é o processo de
envelhecimento populacional, definido como a mudança na estrutura etária da população. É um
fenômeno natural, irreversível e mundial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou o termo “envelhecimento ativo” para expressar
o processo de conquista dessa visão. “Ativo” refere-se à participação contínua nas questões
sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar
fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. O objetivo é aumentar a expectativa
de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo,
inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem mais cuidados.
Incentivo a iniciativas interdisciplinares e intersetoriais
A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no reconhecimento dos direitos humanos das
pessoas mais velhas e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência
e auto-realização conforme estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Para isso,
é necessário promover bases de conhecimento sobre gerontologia e geriatria através de
iniciativas de treinamento e de pesquisa.
Estatísticas – O Brasil, hoje, apresenta um contingente de aproximadamente 21 milhões de
idosos. Em 2025 esse número passará para 32 milhões, quando o Brasil ocupará o sexto lugar
no mundo em população idosa, e em 2050 o percentual de idosos será igual ou superior ao de
crianças de 0 a 14 anos.
Existem diversos fatores que contribuem para a maior expectativa de vida e,
consequentemente, para o aumento da população idosa. A população idosa brasileira tem
crescido de forma rápida e dentro desse grupo, os denominados “mais idosos, muito idosos ou
idosos em velhice avançada” acima de 80 anos, também vem aumentando proporcionalmente
e de maneira mais acelerada, constituindo o segmento populacional que mais cresce nos
últimos tempos, sendo hoje mais de 12% da população idosa.
Ações propostas pelo Plano
– Fortalecer ações de promoção de envelhecimento ativo e saudável na Atenção Básica de
Saúde.
– Apoiar as estratégias de promoção de envelhecimento ativo na área de saúde suplementar.
– Adequar as estruturas dos pontos de atenção da rede para melhorar a acessibilidade e o
acolhimento aos idosos.
– Ampliar e garantir o acesso com qualidade à tecnologia assistiva e a serviços para pessoas
idosas e com condições crônicas.
-Promover a ampliação do grau de autonomia, da independência para o autocuidado e de uso
racional de medicamentos em idosos.
– Organizar as linhas de cuidado para as condições crônicas prioritárias e idosos frágeis,
ampliando o acesso com qualidade.
– Ampliar a formação continuada dos profissionais de saúde para o atendimento, acolhimento e
cuidado da pessoa idosa e de pessoas com condições crônicas.
– Fortalecer e expandir a formação do cuidador da pessoa idosa e com condições crônicas na comunidade.