Obesidade infantil e a relação com a hipertensão arterial
14 de Abril de 2016
Costumeiramente se ouve falar sobre as consequências negativas do sobrepeso ou obesidade voltadas para os adultos. Durante a infância os quilos a mais já foram associados à boa saúde, e na adolescência, costumam representar mais uma preocupação estética do que com o bem-estar do organismo. Porém, o estudo “Change in Weight Status and Development of Hypertension” (Mudança no peso e desenvolvimento de hipertensão), publicado pela Academia Americana de Pediatria, em fevereiro de 2016, traz dados que ressaltam a necessidade de colocar em prática estratégias de gestão do peso ao longo dos primeiros anos de vida para evitar a hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta.
Entre 2007 e 2011 o estudo examinou registros de saúde de 101.606 pacientes com idades entre 3 e 17 anos, nos Estados Unidos. Cerca de um terço dessas crianças e adolescentes estavam acima do peso ou obesos. Os pesquisadores descobriram uma forte associação entre o aumento do índice de massa corporal e o aumento da pressão arterial durante o período de acompanhamento, que durou cerca de três anos. O periódico destacou que as crianças e adolescentes obesos tiveram duas vezes mais chance de desenvolver hipertensão arterial em comparação com as crianças de peso normal. Em crianças e adolescentes severamente obesos o risco de desenvolver pressão arterial elevada foi quatro vezes maior.
Como está a situação no Brasil
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 6% das crianças e adolescentes brasileiras possuem hipertensão arterial, a maioria dos quadros está associada à obesidade. Este número torna-se ainda mais significativo em um cenário como o do Brasil em que os casos de obesidade na infância e adolescência têm atingido níveis considerados alarmantes pelas autoridades. Conforme dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 7,3% das crianças com menos de cinco anos estão com excesso de peso (sobrepeso e obesidade), na faixa etária dos 5 a 9 anos o percentual é de 33,5%, e na adolescência 20,5%.
Fonte: Portal Unimed do Brasil/Viver Bem.